Corpo da menina ficou debaixo de uma cama por cinco dias
Um homem de 31 anos confessou ter matado a menina Ana Gabrielle Santos Ferreira, de 6 anos, em Conchal, e contou à polícia que manteve o corpo da criança escondido embaixo da cama por cinco dias. Marcelo Pedron é vizinho da família da menina no conjunto habitacional CDHU. A prisão causou a revolta de moradores, que queriam linchar o suspeito.
Marcelo Pedroni teve a prisão temporária decretada e foi encaminhado para a Penitenciária de Itirapina. Ele vai responder por homicídio qualificado. As qualificações, como motivo fútil e ocultação de cadáver, ainda serão apuradas. Segundo o delegado responsável pelo caso, as autoridades chegaram até o suspeito, que mora um andar abaixo do apartamento da tia de Ana Gabrielle, depois de serem avisadas por vizinhos de que a havia um cheiro forte na casa.
A polícia entrou no local, onde se encontrava apenas a mulher do suspeito, e saiu em busca do homem, que voltava do trabalho. Após algumas perguntas, Pedroni confessou o crime, mas não explicou o motivo. Ainda segundo o delegado, o suspeito disse que não abusou sexualmente da criança, estava sob o efeito de drogas e bebida alcoólica e escondeu o corpo sob a cama por quase cinco dias. Em seguida, na quinta-feira, ele jogou o corpo no terreno onde foi encontrado.
Para apurar o caso, foi instaurado um inquérito e a perícia vai analisar resquícios de sangue no apartamento do homem. No interior da residência, foram encontrados alguns objetos infantis que foram recolhidos e serão investigados. A mulher foi levada pela polícia para ser preservada. “A esposa e outros familiares dele foram conduzidos para serem preservados, eles estavam no apartamento também, não temos certeza se estavam envolvidos, mas foram conduzidos para serem preservados”, explicou o capitão da Polícia Militar de Araras (SP), Roney Alexandre de Lima.
Moradores depredaram comércio e outros em Conchal
Confusão - O tumulto teve início por volta das 17h. Para conter a revolta dos moradores, mais de 300 homens entraram em ação. Além do Corpo de Bombeiros de Conchal, 150 PMs de Limeira, Conchal e Araras também participaram da operação, além de 150 guarda civis municipais de 10 cidades como Rio Claro, Aguaí, Piracicaba e Mogi Guaçu.
A população queria linchar o suspeito e depredou carros da polícia, a delegacia, Unidade de Saúde da Família e a Prefeitura do município. Foi preciso usar balas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.
Em meio à confusão, vândalos aproveitaram a situação para roubar alguns comércios. Depois de quebrar os vidros de uma loja infantil, foram levadas várias peças de roupas. Já na cooperativa de crédito em que Alessandra Simoso é gerente, entraram para bagunçar. “Eu estava em uma cidade vizinha, mas tive que voltar porque o dono do prédio avisou que tinham depredado. Destruição das portas, gavetas, documentos jogados, mas graças a Deus não levaram nada”, comentou.
“A gente sabe que foi um crime hediondo, bárbaro, mas existem outras formas, muito mais cívicas e ordeiras, para que as pessoas possam manifestar seu repúdio a esse tipo de ação”, falou o major da PM de Limeira, Luiz Raposo Borges de Moraes. (araraquara.com)