Utilizar técnicas de impressão 3D para criar tecido vivo e reconstruir algumas partes do corpo dos animais parecia improvável há alguns anos. Mas a biotecnologia veterinária já é uma realidade e foi a solução que a gerente de lojas Sônia Batista, de 47 anos, encontrou para resolver o problema da cadelinha Sofia, uma vira-lata de 5 anos, que perdeu a pele na região da cabeça e dos olhos depois de uma briga.
Prestes a ser sacrificada no Centro de Controle de Zoonoses de Votorantim (SP), a cachorra foi adotada pela nova família, há dois anos, com algumas deficiências, como a falta de glóbulos vermelhos e o cio seco ou sem sangramento, além da Doença do Carrapato, que fez com que ela perdesse parte da visão.
Sofia foi tratada e se recuperou, mas, em dezembro de 2015, durante um desentendimento com outras duas cachorrinhas que Sônia havia abrigado por três meses para doação, ficou com graves lesões na face e no corpo. "Houve perda de tecido por toda a cabeça e da pálpebra superior esquerda, comprometendo a lubrificação ocular", explica o médico veterinário Mário Henrique Scarpelli Calejo, de 40 anos.
Sofia foi levada para um hospital veterinário de Sorocaba (SP), onde passou por avaliação. "Existia a possibilidade de uma cirurgia reconstrutiva, mas chegamos à conclusão de que não teria tecido suficiente", lembra o veterinário. Foi então que os profissionais resolveram partir para a biotecnologia.
Utilizar técnicas de impressão 3D para criar tecido vivo e reconstruir algumas partes do corpo dos animais parecia improvável há alguns anos. Mas a biotecnologia veterinária já é uma realidade e foi a solução que a gerente de lojas Sônia Batista, de 47 anos, encontrou para resolver o problema da cadelinha Sofia, uma vira-lata de 5 anos, que perdeu a pele na região da cabeça e dos olhos depois de uma briga.
Prestes a ser sacrificada no Centro de Controle de Zoonoses de Votorantim (SP), a cachorra foi adotada pela nova família, há dois anos, com algumas deficiências, como a falta de glóbulos vermelhos e o cio seco ou sem sangramento, além da Doença do Carrapato, que fez com que ela perdesse parte da visão.
Sofia foi tratada e se recuperou, mas, em dezembro de 2015, durante um desentendimento com outras duas cachorrinhas que Sônia havia abrigado por três meses para doação, ficou com graves lesões na face e no corpo. "Houve perda de tecido por toda a cabeça e da pálpebra superior esquerda, comprometendo a lubrificação ocular", explica o médico veterinário Mário Henrique Scarpelli Calejo, de 40 anos.
Sofia foi levada para um hospital veterinário de Sorocaba (SP), onde passou por avaliação. "Existia a possibilidade de uma cirurgia reconstrutiva, mas chegamos à conclusão de que não teria tecido suficiente", lembra o veterinário. Foi então que os profissionais resolveram partir para a biotecnologia.
Procedimento inédito
O responsável pela técnica, até então inédita no Brasil, é o norueguês Andreas Kaasi, dono de um laboratório que sintetiza biomembranas absorvíveis com métodos avançados de bioengenharia. Ricas em colágeno, as duas membranas são biocompatíveis, medem 7 cm x 3 cm e foram produzidas com técnicas de impressão 3D, no Laboratório do Instituto Nacional de Biofabricação da Unicamp, em Campinas (SP).
Para o veterinário, a cirurgia teve um excelente resultado, mostrando o grande potencial do setor. "É uma inovação de grande impacto para a medicina veterinária, que vai contribuir com a saúde e bem estar dos animais de companhia", completa o pesquisador João Ferreira de Lima de Neto, que também participou do procedimento.
O implante das membranas foi realizado com a participação de quatro profissionais e três veterinários, além do próprio dono da empresa. "Utilizamos esta 'pele artificial' para criar um novo tecido vivo. Agora vamos esperar três meses para a regeneração da pele e, em seguida, será feita a reconstituição da pálpebra", esclarece Mário.
Recuperação milagrosa
Sofia ficou mais de 40 dias internada no hospital, mas já está na casa de Sônia, onde vive com o filhote e o pai dele. Desde que passou pela cirurgia, vem sendo acompanhada pelos veterinários quase que diariamente. "A cachorra é uma fortaleza. Em uma semana já deu para ver os resultados: o pêlo cresceu e voltou a circular sangue naquela área", conta a gerente de lojas.
Depois do acidente, a cadelinha passou a viver com uma proteção, feita com faixas, no local acometido para evitar que a luminosidade causasse lesões na pálpebra, levando à remoção do olho. "Faço curativo nela há mais de um ano diariamente, porque ela não consegue fechar o olho e isso ajuda a mantê-lo lubrificado".
Todo o tratamento custou cerca de R$ 2 mil, mas a dona de Sofia vê o procedimento como milagroso. "É algo inacreditável, muito legal e de outro mundo. Eles pediram para a gente fazer os testes e agora podemos pensar em ajudar crianças queimadas ou pessoas que sofreram acidentes e perderam muita pele", completa.