Ator Shia LaBeouf protesta contra Donald Trump em frente a um museu no Queens, em Nova York: ‘Ele não vai nos dividir’ - TIMOTHY A. CLARY / AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta quarta-feira decretos presidenciais para impulsionar a construção de um prometido muro na fronteira com o México e para banir temporariamente a entrada da maior parte dos refugiados. As medidas — antecipadas pela imprensa americana na noite de terça-feira e pelo próprio Trump em um post no Twitter — incluem ainda suspender vistos para cidadãos da Síria e de outros seis países do Oriente Médio e da África, além de congelar o financiamento a cidades que protegem imigrantes em situação ilegal.
Trump, que publicou no Twitter que esta quarta-feira seria “um grande dia” para a segurança nacional, deve proibir por vários meses a entrada de refugiados nos EUA, exceto minorias religiosas que fogem de perseguição, até que vetos mais agressivos sejam implementados.
De acordo com assessores do Congresso e especialistas em imigração informados sobre a questão, outro decreto deve bloquear vistos emitidos para qualquer pessoa de Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.
No post no Twitter na terça-feira, Trump disse: “Grande dia planejado para SEGURANÇA NACIONAL amanhã. Entre outras coisas, iremos construir o muro!”.
FRONTEIRA PROTEGIDA
Uma proposta avaliada por Trump é punir as cidades-santuário — municípios que limitam cooperação com funcionários da imigração, tecnicamente ajudando a proteger ilegais —, cortando o financiamento federal a estas cidades. Dentre as quais, estão São Francisco, Nova York e Chicago.
— Esta ação vai deixar a esquerda maluca — disse o ex-presidente da Câmara, New Gingrich, a uma grupo conservador.
As medidas de segurança na fronteira incluiriam coordenar a construção de um muro na divisa com o México e outras ações para diminuir o número de imigrantes ilegais que vivem nos EUA.
As fontes dizem que o primeiro dos decretos será assinado nesta quarta-feira. Com Trump considerando medidas para fortalecer segurança fronteiriça, ele pode dar atenção à questão de refugiados posteriormente nesta semana.
O muro e os ataques contra os mexicanos têm estado no centro da campanha de Trump desde o primeiro momento em que o empresário de Nova York lançou sua candidatura para a Casa Branca. O republicano disse que imigrantes ilegais do país vizinho eram "estupradores" e prometeu que o México iria reembolsar os EUA pelos custos da construção do muro.
Após as eleições, a equipe do novo presidente admitiu que o investimento seria assumido inicialmente pelo governo americano, com a ideia de que, em seguida, o México pagasse pela obra.
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, no entanto, rejeitou categoricamente a proposta de Trump, dizendo que a relação entre os países não será de confronto, tampouco de submissão.
— Trabalharemos por uma fronteira que nos una e não nos divida. O México não acredita em muros — afirmou Peña Nieto na segunda-feira, durante um pronunciamento sobre a política externa mexicana.
A fronteira entre os EUA e México tem mais de 3.200 quilômetros e, destes, hoje apenas 1.000 quilômetros são cercados.
(Com informações O Globo)