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Pesquisa descobre como atrair inseto do greening e vai ajudar a controlar doença
Notícias Região
Publicado em 12/12/2017

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Psilídeos causam amarelão em pomares de Araraquara (Foto: Wilson Aiello/EPTV)

Uma pesquisa de 6 anos realizada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em Araraquara (SP), identificou uma molécula que atrai o psilídeo Diaphorina citri , inseto que transmite o greening, principal doença que afeta os pés de laranja e outros citros provocando a queda dos frutos e a perda de produção. A descoberta vai ajudar a combater a praga.

 

 

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Fazenda em Matão tomou medidas para controlar o greening (Foto: Rodrigo Sargaço/ EPTV)

Feromônio sexual
A molécula, que está presente no corpo do psilídeo, é responsável pelo feromônio sexual, que é um odor que a fêmea transmite e que atrai outros insetos da mesma espécie, e é usado pelos machos para encontrar a fêmea para a reprodução.

De acordo com o pesquisador Haroldo Xavier Linhares Volpe, um dos responsáveis pelo projeto, a descoberta irá melhorar o controle do greening.

“Vai ajudar a identificar precocemente o psilídeo, a fazer uma pulverização mais assertiva e isso vai diminuir o HLB e também vai contribuir para a redução do inseto no campo”, afirmou Volpe.

De acordo com o Volpe, foram seis anos de estudos. A pesquisa foi realizada em parceria com a Universidade da Califórnia (UCDavis) e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP).

Monitoramento e controle
Os feromônios são compostos naturais, geralmente odores, que seres da mesma espécie emitem para provocar algum tipo de comunicação e podem causar respostas fisiológicas e comportamentais. Existem vários tipos de feromônios, como os sexuais, de agregação e de alarme quando há algum perigo para a espécie.

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Psilídeo, inseto transmissor do greening (HLB) (Foto: Henrique Santos - Fundecitrus/Divulgação)

Ao identificar o feromônio sexual do psilídeo, os pesquisadores conseguem formulá-lo em laboratório e criar uma ferramenta para monitoramento e controle do inseto. De acordo com Volpe, a próxima etapa é testar as utilizações do produto.

Segundo Volpe, há três possíveis utilizações. A primeira é melhorar o monitoramento, aumentando o poder de atração das armadilhas. Isso vai implicar diretamente no momento correto para fazer a aplicação de inseticidas.

A segunda estratégia é atrair o inseto para fora do pomar com iscas atrativas que tenham inseticida junto e provocar a morte do inseto. Isso dá sustentabilidade, porque não vai pulverizar o pomar todo.

A terceira seria o confundimento sexual do inseto com a liberação de grandes quantidades dessa molécula, assim o macho não vai conseguir identificar a fêmea porque tem muito cheiro no ar e consequentemente não vai ter cópula e haverá a diminuição da proliferação do inseto.

Segundo o pesquisador, há ainda pelo menos mais um ano de pesquisa antes de o produto chegar ao mercado. “Precisa buscar a parceria de uma empresa para fazer a formulação dessa molécula e fazer mais alguns e testes em campo para adequar concentração e durabilidade”, disse.

Até agora, foram investidos R$ 1,5 milhão na pesquisa, que teve o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Segundo o químico Rodrigo Facchini Magnani, um dos responsáveis pela identificação da molécula, a substância não é a solução definitiva para a doença mais irá ajudar o citricultor a aumentar a eficiência do controle no campo.

“É uma complementação da técnica de manejo. Vai combinar mais uma ferramenta associada a todas as técnicas existentes”, afirmou.

Prejuízos - O greening foi descoberto nos pomares de laranja de São Paulo em 2004. A doença não tem cura e causa a morte econômica das plantas de citros, reduzindo sua produção em até 75%.

A doença já causou a eliminação de 50 milhões de plantas de citros. Atualmente, 17% dos pés de laranja do parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais estão contaminados, segundo o Fundecitrus.

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Além de comprometer o sabor da laranja, o greening faz com que os frutos não se desenvolvam normalmente (Foto: Henrique Santos/Fundecitrus)

 

Do G1

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