As 7 da manhã de uma segunda-feira, Raul Santos Seixas estava imóvel sob sua cama quando foi encontrado por sua empregada, Dalva Borges, que estranhou o fato de o cantor não ter acordado com sua chegada. Raul era diabético, e após uma noite de bebedeira, seu corpo não aguentou e entrou em colapso. Teve uma parada cardíaca, em decorrência de uma pancreatite aguda.
Raul Seixas estava em um período difícil de sua carreira. Seu último disco, “A Panela do Diabo”, gravado em parceria com Marcelo Nova, havia sido lançado há apenas dois dias. Sua voz, visivelmente danificada pelos excessos, em nada lembrava os tempos áureos de “Gita” (1974) e “Há 10 mil Anos Atrás” (1976). Além disso, travava uma batalha contra o alcoolismo e enfrentava graves problemas financeiros.
Foi graças a Marcelo Nova que Raul teve seu retorno aos palcos: Em 1989, há três anos longe dos palcos, o Maluco Beleza fez 50 shows ao redor do Brasil já com a saúde debilitada em parceria com o ex-Camisa de Vênus. Foi o seu canto de cisne.
Posteriormente à morte de Raul Seixas, “A Panela do Diabo” vendeu mais de 150 mil cópias, rendendo à dupla a certificação de disco de ouro. O certificado de Raul foi entregue à família do cantor.
Depois de uma morte precoce, aos 44 anos de idade, o Maluco Beleza voltou a ter a atenção da mídia brasileira, ao passo em que as rádios voltavam a tocar suas canções e telejornais fizeram reportagens sobre sua trajetória. Foi-se o homem, mas 30 anos depois a lenda perdura.