Antes de morrer, o cantor Juliano Cezar deixou para os fãs ao menos duas gravações inéditas que remetem a grandes nomes da música sertaneja.
O músico de Passos (MG) que vivia em Ribeirão Preto regravou "Adeus", canção lançada em 1977 pela dupla Milionário & José Rico no álbum "Estrada da Vida", e "Mudança", composição de Chico Amado e Xodó gravada em parceria com Sérgio Reis.
As músicas devem ser lançadas oficialmente ainda este ano.
"Adeus é uma regravação. Eu falei pra ele: Juliano, impressionante. Ele cantou com a alma, cantou muito nessa música. Acho que é a música da despedida dele. Com Sérgio Reis foi uma realização do sonho dele", afirma a economista Andréia Mendes Costa, viúva do cantor.
Juliano Cezar morreu na madrugada de 31 de dezembro de 2019, aos 58 anos, após sofrer um infarto fulminante enquanto fazia um show em Uniflor, no norte do Paraná. Um vídeo registrou o momento em que o músico cai no palco e é socorrido pela equipe de produção.
O sertanejo chegou a ser socorrido em um posto médico próximo ao local do evento, onde recebeu massagem cardíaca e injeções de adrenalina por mais de uma hora e meia, mas não resistiu.
A morte causou grande comoção no meio musical sertanejo. O corpo foi velado em Ribeirão Preto e Passos, onde foi sepultado em 1º de janeiro.
Com 33 anos de carreira e 14 álbuns, incluindo quatro DVDs, o sertanejo começou a fazer sucesso ao cantar "Não Aprendi Dizer Adeus" e ganhou o Prêmio Sharp como "cantor revelação". Também foi indicado ao Grammy Latino com "Melhor Álbum Romântico".
"Rumo a Goiânia", "Faz Ela Feliz", "Bem Aos Olhos da Lua" e "Cowboy Vagabundo" estão entre os sucessos de Juliano Cezar.
'Estava muito feliz'
O período de produção das regravações inéditas, segundo Andréia, marcou uma fase de realizações na carreira do cantor, especialmente pelo encontro com Sérgio Reis, ídolo de Juliano Cezar. "Ele estava muito feliz. Ele me contou: 'a gente estava no estúdio, precisa ver o Sérgio Reis lá'. Ele estava muito feliz", diz.
Além das canções, Juliano Cezar estava animado com a produção de um DVD gravado em Goiânia (GO) com participações de artistas como Daniel e Naiara Azevedo, conta a viúva. Envolvido com projetos sociais, uma semana antes de morrer o cantor havia feito shows beneficentes no Hospital de Amor, em Barretos e em Franca.
"Na hora que ele voltou do show [em Franca] ele falou: 'Andreia, foi a melhor experiência da minha vida'", conta.
Antes do show no Paraná, de acordo com a economista, Juliano Cezar também se mostrou saudosista em relações às origens: visitou a terra natal Passos uma última vez para buscar uma leitoa para o Natal e levou a mãe a um show em Franca. Para ela, o cantor morreu do jeito que imaginou: cantando.
"Ele mandou inúmeras mensagens para pessoas que ele não falava há muitos anos. (...) Acredito que foi a hora dele, de Deus chamá-lo", afirma.
EPTV