O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (23) que os municípios da região de Ribeirão Preto que permitiram a reabertura do comércio e o retorno de outras atividades econômicas diante da pandemia do novo coronavírus devem voltar atrás na decisão.
Segundo Doria, os prefeitos devem seguir a orientação do estado e adotar medidas para a retomada gradual a partir de 11 de maio, quando termina a quarentena imposta pelo governo de São Paulo.
Na região, Franca, Batatais, Cravinhos, Brodowski, Jaboticabal, Barretos e Sertãozinho editaram os decretos municipais e estabeleceram novas regras para o funcionamento de lojas, escritórios e outros estabelecimentos.
Juntas, até esta quinta-feira (23), as sete cidades somam 109 casos de Covid-19 e quatro mortes em razão da doença.
Durante coletiva de imprensa no palácio dos Bandeirantes, Doria elogiou os índices de isolamento social em Sertãozinho e Bebedouro, que atingiram 63% e 57%, respectivamente, na terça-feira (21), segundo o Sistema de Monitoramento Inteligente do Governo de São Paulo.
No entanto, o governador disse que não há justificativa para o rompimento antecipado da quarentena.
“O nosso secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, falará ainda hoje com os prefeitos de Jaboticabal e Sertãozinho, para que voltem atrás e sigam a orientação do governo. Se não fizerem, por rebeldia ou por alguma decisão de ordem pessoal, política ou local, nós teremos que adotar medidas judiciais, como já fizemos em outros casos. Preferimos o diálogo, é sempre melhor dialogar, conversar e convencer. Mas, se necessário, utilizaremos a força da justiça”, afirmou o governador.
No dia 8 de maio, o governo de SP anunciará o plano de retomada gradual regionalizada, tendo como base uma análise do Comitê de Contingenciamento de Saúde com base no avanço da doença nos municípios.
Procurada, a Prefeitura de Sertãozinho ainda não comentou o assunto.
Flexibilização em Sertãozinho
Segundo o decreto municipal, até o dia 4 de maio, será permitida a abertura parcial de estabelecimentos do comércio, da indústria, de agricultura e da prestação de serviços, mas desde que respeitem adequações.
De acordo com a Prefeitura, a população está obrigada a utilizar máscara nas ruas ou em áreas particulares.
O comércio deve limitar a entrada de uma pessoa a cada cinco metros quadrados de área de circulação, disponibilizar álcool em gel ou lavatórios na entrada e promover higienização constante dos locais onde haja contato entre clientes e funcionários.
Os prestadores de serviço devem fazer atendimentos individualizados e agendados. Academias precisam instalar um dispositivo de álcool em gel para cada equipamento, mas ficam proibidas as aulas coletivas.
As indústrias devem disponibilizar locais para que os funcionários lavem as mãos, álcool em gel e papel toalha descartável, além de intensificar a limpeza de pisos, corrimãos, maçanetas e banheiros.
Restaurantes, lanchonetes, ambulantes, pizzarias e sorveterias podem exercer atividades com entrega domiciliar e por meio de drive-thru.
Agências bancárias e lotéricas devem manter uma pessoa a cada cinco metros quadrados de área de circulação, e as filas devem ser controladas por funcionário, a fim de manter o distanciamento de dois metros entre os clientes.
O decreto suspende, por prazo indeterminado, todas as atividades e serviços privados não essenciais:
Centros esportivos, pontos turísticos, shopping, cinemas, teatros, casas noturnas, bares, boates, casas de espetáculos, museus, centros culturais e bibliotecas;
Qualquer evento em local fechado, independentemente de sua característica, condição ambiental, tipo do publico, duração e modalidade;
Aulas presenciais na rede particular de ensino e atividades de apoio.
EPTV