Comprar um imóvel na planta pode ser muito vantajoso para quem deseja realizar o sonho de ter a moradia própria, já que essa é uma das modalidades em alta no mercado imobiliário. Pra quem está guardando dinheiro e quer investir sem pressas, essa pode ser uma ótima alternativa. Mas, antes de acertar o contrato, é bom saber todos os trâmites e riscos que possam surgir no meio do caminho.
O empresário Sergio Jacinto, que atua há mais de 20 anos no ramo imobiliário em Sorocaba (SP), responde algumas dúvidas ao g1 e esclarece quais são os pontos de atenção para quem está prestes a fechar esse negócio.
Como funciona a compra?
Segundo o especialista, existem dois tipos principais de compra de imóveis na planta:
Por intermédio de uma construtora ligada a um agente bancário garantidor da obra, ou seja, empresas aprovadas pela Caixa Econômica Federal ou outro órgão financiador do projeto. “Nesse caso, a compra é indicada sem nenhuma restrição, pois já passaram pela fase de avaliação, aprovação do banco que vai financiar e, normalmente, garantir a obra”, ressalta Sergio.
Diretamente com um construtor sem a garantia de um órgão financiador. “Nesse caso, é preciso conhecer a trajetória da empresa, investigar as obras entregues e em andamento, além de verificar se tem muitas que estão atrasadas. Por isso, é necessário checar se o projeto está incorporado e registrado no cartório local. Se não estiver, recomendamos não fazer o investimento”.
Como os reajustes são calculados?
“Os reajustes são calculados pelo INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) durante a execução da obra, e após concluída e entregue, o reajuste migra para o IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado)", de acordo com o empresário.
Cabe no bolso do comprador?
Segundo Sergio Jacinto, as vendas a prazo via sistema bancário normalmente são feitas após uma avaliação cadastral do interessado, porém é aconselhável que o comprador vá antes até um agente financeiro ou corretor de imóveis para fazer uma avaliação da sua capacidade de pagamento e crédito. Já a compra feita direta com o incorporador, sem comprovação de renda ou uma avaliação bancária, depende de cada um.
Vale a pena o investimento?
"Se bem pesquisado e com a certeza de que é de uma empresa de boa procedência, sempre vale a pena investir, seja terreno ou imóvel pronto. Comprar na planta é um ótimo negócio", salienta o empresário.
Quais são as vantagens?
Preços mais baixos, possibilidade de personalização do imóvel e custo-benefício são alguns dos benefícios para quem quer pagar um imóvel na planta. “As vantagens são várias, como custos iniciais, a conquista de um imóvel novo que certamente será valorizado e um investimento que a médio prazo lhe dará uma das maiores rentabilidades do mercado em termos de retorno financeiro”, diz o especialista.
E as desvantagens?
Alguns imprevistos podem acontecer, como reajustes mensais ou despesas extras, mas, para o especialista, não existe desvantagem para quem compra um imóvel, a não ser que o interessado faça um investimento sem precauções ou acima da sua capacidade de pagamento.Como lidar com os atrasos da obra?
“Os atrasos são sempre previstos, afinal uma obra não é feita de ciência exata, ela sempre apresenta situações que podem alterar o seu cronograma; atrasos de até seis meses são normais. Além disso, é bom ficar alerta e, se for o caso, notificar formalmente a construtora, cobrando os prejuízos financeiros pela circunstância, normalmente previstos em contrato”, reforça Jacinto.
Como agir em caso de falência da construtora?
Conforme o especialista, se foi pesquisada a idoneidade da construtora, mas mesmo assim ela faliu, não existe muito o que fazer, a não ser entrar num processo e se candidatar a credor do espólio da massa falida. “No entanto, em alguns casos, esses investimentos são feitos individualmente, projeto a projeto, por meio de uma SPE (Sociedade de Participação Específica), onde o comprador entra como sócio da SPE do projeto. Nesse caso, fica também responsável pelo pagamento de possíveis indenizações ou passivos no espólio da massa falida e não tem muito o que fazer”, conclui.
fonte:G1