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Ozzy Osbourne se despede dos palcos em último show do Black Sabbath
Por Administrador
Publicado em 07/07/2025 12:20
Música

Neste sábado (5), Ozzy Osbourne se despediu dos palcos em Birmingham, sua cidade natal, na Inglaterra. Estrela do Black Sabbath, banda revolucionária que praticamente inventou o heavy metal nos anos 1970, Osbourne foi homenageado no festival Back to the Beginning (De volta ao começo), que reuniu, no estádio de futebol Villa Park, grandes nomes do metal, incluindo veteranos e artistas que moldaram o gênero.

Foi o primeiro show solo de Osbourne em sete anos e a primeira vez, desde 2005, que ele se reuniu com o guitarrista Tony Iommi, o baixista Terence “Geezer” Butler e o baterista Bill Ward, os outros três integrantes originais do Black Sabbath, para um set de quatro músicas. Ambas as apresentações foram anunciadas como as últimas de sua carreira. O festival foi visto por mais de 40 mil metaleiros no estádio e transmitido mundialmente com duas horas de atraso, atingindo um público de 5,8 milhões de fãs.

Hank Shteamer, crítico do jornal americano The New York Times, afirmou que o festival se desenrolou “no espírito das antigas turnês Ozzfest, organizadas por Osbourne”. “A escalação do festival refletiu a natureza poliglota da comunidade do metal hoje, ilustrando uma espécie de árvore genealógica viva do gênero, com Black Sabbath como raiz. Apresentaram-se nomes do thrash metal dos anos 1980 (Metallica, Slayer, Anthrax), do grunge e do rock alternativo dos anos 1990 (Alice in Chains, Tool, Billy Corgan, dos Smashing Pumpkins) e da sonoridade mais pesada produzida no século XXI (Mastodon, Lamb of God, Gojira)”, escreveu.

“Embora o show tenha parecido uma mixtape com alguns dos maiores riffs do metal e do hard rock — ‘Master of Puppets’, do Metallica, ‘Angel of Death’, do Slayer, ‘Walk’, do Pantera, ‘Paradise City’, do Guns N’ Roses, ‘Blood and Thunder’, do Mastodon e ‘Forty Six & 2’, do Tool — nenhum deles pareceu tão monumental quanto os do próprio catálogo do Sabbath”, afirmou o crítico. “A banda começou de forma um pouco hesitante com ‘War Pigs’, mas encontrou seu ritmo em ‘N.I.B.’ e ‘Iron Man’, culminando com o encerramento em ‘Paranoid’, exibindo o balanço arrastado e a fluidez improvisada que tornaram o grupo um padrão-ouro para os aficionados do peso vintage”, completou o crítico, descrevendo o show como “um retorno muito aguardado”, que “correspondeu às expectativas”.

 ‘Força da natureza desconcertante’

No jornal britânico The Guardian, Michael Hann elogiou os membros do Black Sabbath como “inventores do metal”. No entanto, como eles tocaram apenas quatro músicas, o show não foi “épico”, disse o crítico, que saudou o retorno do baterista Bill Ward (“devolveu à banda o balanço que nenhum outro baterista do Sabbath jamais conseguiu reproduzir”) e chamou Osbourne de “uma força da natureza desnorteante”.

“Ele entrou no palco em um trono preto, de onde não saiu. Durante ‘Coming Home’, sua luta para manter a afinação foi ao mesmo tempo dolorosa e comovente: ele parecia à beira das lágrimas”, escreveu Hann.

Em sua apresentação solo, Osbourne privilegiou sucessos dos anos 1980. No jornal britânico The Independent, Mark Beaumont descreveu a performance de “Mr. Crowley” como “bombástica” e notou que a emoção tomou conta do roqueiro em “Mama, I’m Coming Home”.

“Quando retorna ao palco com os companheiros do Sabbath”, continuou o crítico, Osbourne “ganha ainda mais força com o dedilhado ágil de Tony Iommi e os frenesis maleáveis do baixo de Geezer Butler” e, em certos momentos, “o Black Sabbath soa como se ainda estivesse no auge”. “Quando o set de quatro músicas chega ao fim com uma incendiária ‘Paranoid’, acompanhada de fogos de artifício e um bolo para um Ozzy emocionado, o show está longe de parecer um funeral. É, muito mais do que isso, uma celebração da deliciosa escuridão que Osbourne e seu clã libertaram há mais de cinco décadas — e do colosso em que ela se transformou”, finalizou Beaumont.

A edição britânica da revista Rolling Stone afirmou que havia “algo de definitivo” na despedida de Osbourne (que já se disse adeus aos palcos outras vezes), o que “acrescentou uma carga emocional devastadora” ao show. “A grande tragédia é que, muitas vezes, lendas como ele morrem antes que celebrações desse porte possam acontecer. Por algum grande milagre ou intervenção divina, Ozzy Osbourne estava ali, para fazer sua última reverência diante da própria tribo”, celebrou a revista.

 

OGlobo

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