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Alckmin anuncia reuniões com indústria e agro para discutir alternativas ao tarifaço de Trump
Por Administrador
Publicado em 14/07/2025 18:34
Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou nesta segunda-feira (14) que o governo federal realizará, já nesta terça-feira, duas reuniões com representantes do setor privado para discutir a resposta brasileira ao aumento de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A medida norte-americana impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto. A decisão foi criticada pelo governo Lula, que considera a ação uma retaliação política — motivada por críticas de Trump ao Supremo Tribunal Federal e em defesa de Jair Bolsonaro.

 Segundo Alckmin, as reuniões são parte do trabalho de um comitê interministerial criado pelo presidente Lula, que reúne o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e o Ministério das Relações Exteriores.

"A primeira tarefa é conversar com o setor privado. Separamos em dois blocos. Um bloco, a reunião será amanhã às 10h, no MDIC, com a indústria. Estamos chamando os setores industriais que possuem mais relação comercial com os Estados Unidos", explicou o vice-presidente.

Para a primeira reunião, estão convidados os seguintes setores:

Aviões
Aço
Alumínio
Celulose
Máquinas
Calçados
Móveis
Autopeças

A segunda rodada de conversas será às 14h e reunirá exportadores do agronegócio. Foram chamados representantes dos setores de:

Suco de laranja
Carne
Frutas
Mel
Couro
Pescado
 

Reuniões com empresas dos EUA
O vice-presidente adiantou que as reuniões não se limitarão à terça-feira. Alckmin afirmou que o governo também vai se reunir com empresas americanas instaladas no Brasil e entidades de comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos.

“As empresas americanas também serão atingidas. Então vamos conversar com elas e com as entidades do comércio Brasil-EUA”, disse o vice-presidente.

Ouvir ideias
De acordo com Alckmin, o objetivo do governo é ouvir os empresários, dimensionar os impactos da medida americana sobre as exportações brasileiras e discutir eventuais contramedidas.

Segundo Alckmin, o diálogo com os exportadores é o primeiro passo de uma estratégia mais ampla de reação à política tarifária anunciada por Trump.

O presidente Lula já mencionou que a Lei de Retaliação Econômica está entre os instrumentos legais que o Brasil poderá usar para responder às tarifas, caso a decisão dos EUA avance.

Proposta aos EUA
O vice-presidente destacou que, até o momento, o governo brasileiro não solicitou aos EUA a prorrogação do prazo para entrada em vigor da taxa de 50%. O governo também não solicitou uma alíquota alternativa.

"Governo não pediu nenhuma prorrogação de prazo e não fez nenhuma proposta sobre alíquota", disse.

Alckmin relatou que o governo brasileiro fez uma proposta há cerca de dois meses para o governo americano, porém não houve respostas. O conteúdo da proposta era confidencial.

 EUA e Tarcísio

Alckmin disse ainda que não foi procurado pelo encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, após o anúncio do tarifaço de 50% feito por Donald Trump contra produtos brasileiros.

O vice-presidente também afirmou que não vê problema no fato de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ter um encontro nesta terça-feira com Escobar para tratar das tarifas de importação de produtos brasileiros.

 

G1

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