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Crise do setor canavieiro para a economia de Sertãozinho
Economia e Negócios
Publicado em 20/07/2012

 

 
A crise de investimentos do setor sucroalcooleiro tem atingido fortemente a economia de Sertãozinho, que é baseada principalmente na indústria metalúrgica ligada à atividade canavieira.
O parque industrial da cidade, capaz de produzir usinas inteiras e que já forneceu plantas completas para o exterior, registra saldo negativo de contratações --1.777 postos a menos em 12 meses.
 
Os números de empregos em outros setores também já começam a desacelerar, como reflexo. O comércio e até a administração pública já dão indícios de perdas em faturamento e arrecadação.
 
Após um período de crescente produção industrial na década passada, desde a crise de 2008 o setor vive dificuldades. Hoje, por exemplo, não há nenhuma nova usina sendo construída no país.
 
Os impactos desse quadro ruim podem causar problemas mais duradouros para a economia de Sertãozinho.
 
"Se os cortes [na indústria] forem muito frequentes, pode haver uma desmobilização de todo o parque fabril. Para recuperar isso, depois, fica muito difícil", disse o secretário municipal da Indústria e Comércio, Marcelo Pelegrini.
 
'DESENTORTANDO FERRO'
 
O presidente do Ceise-Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético), Adézio Marques, concorda. "Estamos desentortando ferro dentro de usina, quando temos capacidade de entregar usinas novas inteiras. Só que esses investimentos novos estão completamente paralisados."
 
Uma das principais empresas com unidade produtora em Sertãozinho, a Dedini afirma que tem feito ajustes, diversificado portfólio e reduzido custos para atravessar o atual momento. Após demitir 220 funcionários em março (na entressafra), trabalha hoje com menos de 50% de sua capacidade instalada, devido à baixa demanda.
 
"Buscamos oportunidades de participar de novos investimentos a partir de agosto de 2012", informou a empresa em nota de sua assessoria.
 
Com menos gente empregada, o faturamento do comércio tem ficado abaixo do registrado em 2011, segundo a ACIS (Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho).
 
"O comércio sente de imediato quando tem uma crise na indústria sucroalcooleira", disse o presidente da entidade, Geraldo Zanandréa.
 
A Prefeitura de Sertãozinho prevê arrecadar R$ 6,2 milhões a menos com impostos vinculados à atividade econômica.
 
Da Folha de São Paulo
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