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Seca leva à queda de até 40% na produção de leite no interior de SP
Economia e Negócios
Publicado em 20/09/2012

 

 
A seca prolongada e o preço alto da ração animal, por causa da estiagem que também afetou os Estados Unidos, levou à queda em até 40% da produção de leite em cidades da região de Ribeirão Preto. Os estoques de leite de caixinha nos laticínios estão metade do que o ideal.
 
E a ABLV, associação que representa os laticínios, diz que os fabricantes já reajustaram os custos para os supermercados, e estima que o preço do leite de caixinha vendido nas prateleiras do mercado, por sua vez, deve subir ao menos 5%.
 
Produtores de Patrocínio Paulista (412 km de São Paulo) afirmam que não vivem uma seca tão prolongada há pelo menos 15 anos. O sindicato rural do município já estima queda de 40% na produção.
 
Segundo o presidente do sindicato, Irineu de Andrade Monteiro, a situação é pior para pequenos produtores, que alimentam as vacas também com pastagem. Isso porque, com o pasto seco, aumenta o consumo de ração.
 
É aqui que a seca ataca duplamente o produtor brasileiro. É que a estiagem recorde que atingiu os Estados Unidos fez subir no mercado o preço do milho e da soja, que são a base da ração animal.
 
Produto que já chegou a ser comprado por R$ 25 a saca de 50 kg, hoje a soja custa até R$ 80, segundo Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, que reúne os produtores. E o milho, antes a R$ 25, hoje custa até R$ 60 a saca.
 
Produtor de leite há sete anos, Henrique Lopes, de Patrocínio, reclama dos preços. Diz que 1 kg de ração pronta (pouco mais de R$ 1) custa mais do que o litro de leite vendido para o laticínio (R$ 0,80). "A gente acaba cortando a ração e aí cai a produção [de leite]."
 
Laticínios como o Jussara, de Patrocínio, estão captando até 30% menos de leite. O resultado é que processam menos caixinhas e já há menos produto disponível.
 
O atual estoque deve durar sete dias, o que é metade do que em outros meses, segundo o diretor Laércio Barbosa, que também é presidente da ABLV. Esse cenário se repete em outros laticínios brasileiros. Apesar disso, ele diz que não há risco de desabastecimento.
 
Da Folha de São Paulo
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