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PM que teria sido morta pelo filho denunciou colegas, diz ex-chefe
Brasil
Publicado em 08/08/2013

Coronel Wagner Dimas deu as declarações à Rádio Bandeirantes. Delegado responsável disse que vai chamar coronel para depor.

O comandante do 18º Batalhão da PM, coronel Wagner Dimas, disse nesta quarta-feira (7), em entrevista à Rádio Bandeirantes, que a policial militar Andréia Pesseghini colaborou com informações para uma investigação contra colegas que participavam de roubo de caixas eletrônicos. Dimas disse ainda ter dúvidas sobre o envolvimento do filho de Andréia, Marcelo Pesseghini, de 13 anos, na chacina.

Procurada pelo G1, a Polícia Militar divulgou nota para afirmar que não há registro oficial da denúncia ou da investigação. "O Comando da Policia Militar reafirma que não houve qualquer denúncia registrada na Corregedoria da PM, ou no Batalhão, por meio da Cabo Andréia Pesseghini contra policiais militares.

Foram consultados arquivos da Corregedoria, do Centro de Inteligência e do próprio Batalhão e nada foi identificado, portanto, será instaurado um procedimento para apurar as declarações do Coronel Wagner Dimas Alves Pereira, Comandante do 18º Batalhão, não alterando em nada o rumo das investigações", afirma o texto.

Nesta tarde, o delegado Itagiba Franco, da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que vai analisar as declarações de Dimas e que vai pedir o depoimento do coronel no inquérito sobre o caso.

Coronel Wagner Dimas citou a investigação durante a entrevista, mas não deu detalhes sobre quando ela ocorreu. "Ela (Andréia) não fez precisamente assim: esse, esse e esse estão com problemas. Mas, ao contexto que nós estávamos levantando, ela confirmou alguns detalhes", disse o coronel durante a entrevista nesta manhã.

Ainda segundo ele, nenhum dos policiais chegou a ser punido, porque as investigações não chegaram a uma conclusão. "O problema do investigar é a conclusão, né? Nós não chegamos a uma conclusão. Desses aí, houve transferência, nós tiramos aqui do quadro, do que seria do 'grupo' do batalhão", afirmou.

O coronel disse ainda que Andréia nunca relatou ter sido ameaçada e não estava sob qualquer tipo de medida de proteção. Perguntado se ele descartava "totalmente" a relação entre a participação nas denúncias e a execução, o comandante disse que não. "(...) descartar é complicado, vamos acompanhar com carinho, vamos ver se dentro do que a gente tem no raciocínio, nesse quebra-cabeça todo, possa ter", disse.

O crime
De acordo com laudo preliminar da perícia, os policiais militares Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, e Andréia Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, foram os primeiros a serem assassinados na Vila Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo.

A Polícia Civil aponta que o filho do casal, Marcelo Pesseghini, de 13 anos, é suspeito de cometer os crimes e depois se matar nesta segunda-feira (5).

Os exames apontam a sequência de mortes na residência na Rua Dom Sebastião. Primeiro morreu o pai do jovem, que trabalhava na Rota, depois a mãe e, em seguida, a avó dele, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos, e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos.

As duas últimas vítimas moravam em outra casa no mesmo terreno. A avó e a tia-avó do garoto tomavam remédios fortes para dormir, por isso não devem ter percebido a aproximação do adolescente. Os medicamentos foram encontrados pela polícia ao lado da cama das vítimas.

A perícia da Polícia Técnico-Científica também mostrou que todos os tiros saíram da mesma arma, uma pistola .40 que pertencia a Andréia. Ele utilizou a mesma pistola para se matar, segundo os peritos. A arma estava na mão do garoto, que estava com o dedo no gatilho.

Segundo a investigação, as pegadas do adolescente na casa mostram que, depois que volta da escola, ele vai até a mãe já morta, passa a mão no cabelo dela e depois se mata. Foram encontrados fios de cabelo que seriam da policial militar entre os dedos do filho.

Carro
A perícia encontrou um par de luvas no banco de trás do veículo. As peças foram mandadas para análise, que vai mostrar se havia vestígios de pólvora. O carro, segundo a a polícia, foi usado por Marcelo após o crime para ir até a escola, que fica a cerca de 5 km da casa da família

As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (7) pelo delegado Itagiba Franco, da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). O exame nas luvas será mais uma ferramenta para indicar a autoria do crime, já que o exame residuográfico feito na mão de Marcelo deu negativo para vestígios de pólvora.

Segundo Franco, na segunda perícia feita na casa na noite desta terça-feira (6) foram recolhidas novas armas. "Foram encontradas duas armas que pertenciam ao policial e que estavam guardadas na casa". Além dessas duas novas armas, já haviam sido apreendidas a pistola .40, que pertencia à Andréia e teria sido usada no crime, e uma outra arma que era de um avó de Marcelo.

Na terça-feira, Franco havia dito que um amigo de escola, cujo nome não foi revelado, contou em depoimento à polícia que o garoto Marcelo já tinha manifestado o desejo de matar os pais e que queria ser "matador de aluguel". (G1)

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