Com leilões dos mega campos do pré-sal, país se tornará o sexto maior produtor de petróleo no mundo, prevê relatório da Agência Internacional de Energia
Enquanto os Estados Unidos caminham para se tornar a nova Arábia Saudita do petróleo dentro de cinco anos, o Brasil deve se transformar no novo Irã. Segundo projeções da Agência Internacional de Energia (AIE), com os leilões das gigantescas reservas do pré-sal, o país será o sexto maior produtor de petróleo no mundo até 2035, lugar hoje ocupado pelo país do Oriente Médio.
De acordo com as projeções feitas pela AIE, a produção de petróleo brasileira vai subir dos atuais sobe 2,2 milhões de barris por dia para 4,1 milhões de barris/dia em 2020, e para 6 milhões de barris/dia em 2035. Em pouco mais de 20 anos, o país vai praticamente triplicar sua produção de óleo.
Este crescimento, no entanto, é fortemente dependente do bom desenvolvimento da capacidade de exploração em águas profundas, um processo complexo e capital intensivo, sublinha a agência. Se consolidar sua posição, o Brasil será responsável por quase 60% da produção mundial em águas profundas, em 2035.
Perspectivas
Um fator fundamental na formação perspectivas energéticas do Brasil será o sucesso do país na manutenção dos altos níveis de investimento, na média de 90 bilhões de dólares por ano. Quase dois terços disso é fundamental para o desenvolvimento do setor de petróleo e mais de um quarto para ampliar a geração de energia e a rede de transmissão.
O fardo mais pesado, diz a agência, ficará com a Petrobras, “o maior operador do mundo em águas profundas, que deverá focar na sua capacidade de implantar recursos de forma eficaz através de uma enorme e variado programa de investimento”.
Apesar da maior disponibilidade e utilização de combustíveis fósseis, o setor de energia do Brasil continua sendo um dos menos intensivos em carbono no mundo, destaca o relatório, que define o país como um líder mundial em energia renovável.
Segundo a agência, o Brasil deve dobrar sua produção a partir de fontes renováveis até 2035, mantendo a sua quota de 43% no mix energético nacional.
Revista Exame