Do total de 724 funcionários, 200 receberam proposta de transferência para outras unidades da companhia
Localizada às margens da Via Anhanguera, a Jardest teve ‘desativação temporária’ pela Biosev (Foto: F.L.Piton / A Cidade)
A usina Jardest, do grupo Biosev, foi desativada temporariamente e fechou cerca de 300 postos de trabalho no município de Jardinópolis. De acordo com a empresa, por enquanto, dos 728 funcionários da usina, 200 receberam proposta de transferência para outras unidades.
Fora o fechamento de 300 dos postos, o restante ainda tem futuro incerto.
A suspensão das atividades na Jardest, umas das doze usinas que pertencem ao grupo, é considerada uma “hibernação” pela Biosev e ocorre para reduzir custos fixos e aumentar o aproveitamento da capacidade instalada de outras unidades.
A cana da área agrícola da Jardest será processada agora pela Santa Elisa, em Sertãozinho, Vale do Rosário e pela MB, em Morro Agudo. Esse processo deve reduzir a zero a ociosidade nessas usinas.
Já a Jardest, que tem capacidade para moer 1,5 milhão de tonelada de cana, ficará apenas com uma equipe reduzida para fazer a manutenção da parte industrial.
“O que temos certeza por enquanto é que a empresa deu férias remuneradas de dez dias para os funcionários. E, a partir de semana que vem, vai definir a situação dos que não foram realocados a outras unidades”, diz Pedro Jesus Sampaio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação do Álcool, Químicas e Farmacêuticas de Ribeirão.
Sampaio disse ainda que o sindicato, que representa 200 profissionais que trabalhavam na área industrial da unidade, acompanha de perto as negociações.
“Há essa intenção de transferir os funcionários, mas dificilmente haverá vagas em outras unidades para quem atua na indústria.”
Com salários de, no mínimo, R$ 1.500, os funcionários desligados da Jardest vão trazer impacto direto para a economia de Jardinópolis e também da região.
“O impacto da desativação da usina é muito forte em nosso negócio”, diz o gerente de loja de eletroeletrônicos que pediu para não ser identificado. “Não sei o que vai acontecer”, lamenta.
A Biosev é o ‘braço’ sucroenergético da companhia francesa Louis Dreyfus Commodities, que anos atrás adquiriu as usinas do grupo Vale do Rosário. Entre elas, está a Jardest, uma das principais empregadoras de Jardinópolis.
Plano da Biosev prevê adequação da estrutura
Na última sexta-feira (21), a Biosev anunciou oficialmente uma revisão em seu Plano de Negócios.
A proposta inclui medidas operacionais, financeiras e estruturais que, segundo a empresa informou, “permitirão à companhia adequar melhor sua estrutura e atuação às atuais condições do mercado, fortalecer sua posição. “Acreditamos que o plano de negócios revisto e aprovado por unanimidade pelo Conselho ajudará a Biosev a se tornar mais eficiente em suas operações agrícola e industrial e a maximizar a utilização de sua capacidade instalada”, disse Claude Ehlinger, presidente do Conselho da Biosev e Diretor Financeiro da Louis Dreyfus Commodities Holdings, por meio de nota.
A nota fala sobre o período de baixa no ciclo natural de negócios que o setor sucroalcooleiro tem enfrentado, principalmente por conta dos baixos preços de etanol no mercado doméstico e dos baixos preços internacionais do açúcar.
Jornal A Cidade RP