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Usina investe em sistema que reduz proliferação de moscas nos estábulos
Economia e Negócios
Publicado em 19/06/2017

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As moscas do estábulo incomodam demais o gado e é uma praga que acaba também tirando o sono dos pecuaristas. Sidney Ezídio Martins, que é veterinário da Secretaria de Agricultura de São Paulo, explica que esse inseto é hematófago (se alimenta de sangue) e tem uma picada muito irritante. A mosca ataca ainda outros animais, como suínos, cães e carneiros. A mosca do estábulo também é conhecida como mosca do bagaço. O inseto tem aparecido em sítios e fazendas localizados perto de canaviais.

José Alcides Ferreira, diretor agroindustrial, diz que o depósito de vinhaça feito de forma incorreta nas áreas de cana-de-açúcar cria um ambiente favorável para a proliferação da mosca, principalmente quando há empoçamento de matéria orgânica.

Em alguns locais, até o Ministério Público entrou na história. Na região de Araçatuba, um termo de ajustamento de conduta entre usinas e promotoria chegou a ser firmado para garantir o fim do problema. Enquanto isso, já tem usina de açúcar e álcool investindo em tecnologia pra resolver essa situação.

Uma usina em Potirendaba é pioneira no Brasil no processo da concentração da vinhaça. Os investimentos no valor de R$ 18 milhões começaram em 2008.

O gerente industrial Cristiano Waldisser diz que a indústria leva a vinhaça, que é um adubo orgânico rico em potássio, até áreas mais distantes, chegando a 70 quilômetros da usina. Ele diz que, dessa forma, consegue economizar na adubação.

Cada litro de etanol produzido gera 13 litros de vinhaça. Um concentrador faz o que usina nenhuma conseguiu até agora. A vinhaça entra no primeiro evaporador e passa por cinco estágios, saindo com uma concentração maior. Os equipamentos tiram a água, que será reutilizada em outras etapas do processo. Normalmente, a vinhaça é utilizada diretamente no campo.

Além do processo de concentração, o pessoal conseguiu diminuir a incidência da mosca do estábulo mudando a maneira de aplicação. O trabalho é feito de forma controlada, com o uso de um caminhão e de um trator, jogando a vinhaça bem no meio da linha da cana.

Aos poucos, outras usinas também estão investindo nessa tecnologia. Na região de Rio Preto, em dois meses, outras três também vão mudar a maneira de processar e aplicar a vinhaça.

O sítio de Luiz Carlos Nicoletti fica ao lado de uma plantação de cana no município de Potirendaba. No passado, o pecuarista, que já teve muito prejuízo com as moscas do estábulo, conta que a situação agora mudou. (do Nosso Campo)

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